Sentimento do consumidor sobe, mesmo com baixa confiança industrial
- Mariana Manzi
- há 2 dias
- 3 min de leitura
O comportamento do consumidor e os indicadores de confiança da indústria costumam caminhar juntos — mas nem sempre. Em abril e maio de 2025, dados recentes apontaram uma divergência interessante: enquanto a confiança industrial segue pressionada, o sentimento do consumidor brasileiro apresentou leve alta, segundo levantamentos da FGV e do IBGE.
Neste artigo, analisamos os motivos por trás desse cenário, as implicações práticas para empreendedores e como interpretar esses sinais de forma estratégica para decisões comerciais, de marketing e de investimentos.

O que é o sentimento do consumidor?
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela FGV, avalia a percepção das famílias sobre a situação econômica atual e suas expectativas para os próximos meses. O indicador combina:
Situação financeira atual da família
Expectativa de renda futura
Intenção de compra de bens duráveis
Avaliação do cenário econômico
Em abril de 2025, o índice subiu 1,1 ponto, após dois meses de estabilidade. Embora o número ainda esteja abaixo da média histórica, a tendência de recuperação chama atenção.
Sentimento do consumidor e decisões estratégicas
Para o empresário, acompanhar o sentimento do consumidor é mais do que curiosidade econômica. Trata-se de insumo direto para decisões sobre vendas, marketing e precificação.
Quando o sentimento do consumidor sobe, o que pode acontecer?
Maior disposição para consumo, especialmente de itens de médio valor
Reação positiva a campanhas promocionais ou novos produtos
Aumento da confiança no parcelamento ou uso de crédito
Expectativas mais favoráveis sobre estabilidade no emprego e renda
Mesmo que a indústria demonstre cautela, consumidores podem manter o ciclo de consumo aquecido — especialmente em setores como serviços, alimentação, cuidados pessoais e bem-estar.
Por que a confiança industrial caiu?
Enquanto os consumidores demonstram mais otimismo, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 1,7 ponto em abril, segundo a FGV. Os motivos principais:
Estoques acima do ideal em diversos segmentos
Incerteza sobre política monetária e cambial
Queda nas exportações em setores como agro e metalurgia
Custo elevado de crédito para capital de giro
Apesar disso, a produção industrial não parou, mas segue em ritmo mais lento e com foco em readequação de estoques e revisão de projeções.
O que isso significa para o pequeno e médio empresário?
O descompasso entre sentimento do consumidor e confiança industrial exige visão de mercado segmentada e adaptabilidade. Algumas sugestões práticas:
Analise seus próprios dados de vendas, especialmente por categoria. Há espaço para ajustar mix ou condições de pagamento?
Foque em experiência do cliente: em momentos de incerteza, o atendimento pode ser um diferencial mais decisivo que preço.
Evite decisões com base em indicadores isolados. Combine sentimento do consumidor, dados de crédito, inflação e indicadores do seu próprio negócio.
Mantenha estoque enxuto e campanhas ágeis, adaptando-se rapidamente a sinais de retração ou expansão da demanda.
Reforce a comunicação com o cliente, aproveitando o otimismo para gerar valor percebido e fidelização.
Conclusão
A economia é feita de ciclos e entender seus sinais é parte do papel de quem empreende. Em 2025, mesmo com a indústria em compasso de espera, o sentimento do consumidor indica espaço para vendas bem direcionadas e campanhas mais assertivas.
Na Valori, acompanhamos de perto os indicadores que impactam o dia a dia do empreendedor. Nosso compromisso é traduzir dados em decisões estratégicas e oferecer soluções financeiras que acompanhem o ritmo do seu crescimento.
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